sábado, outubro 11, 2008

ANSIEDADE

Um estudo apóia a existência de um mecanismo fisiopatológico comum.
JOAN CARLES AMBROJO – Barcelona EL PAÍS - 01-04-2008
Calcula-se que 15% da população pode sofrer, em algum momento de sua vida um transtorno de ansiedade. Pode ser numa aglomeração de pessoas na rua, num espaço aberto ou diante da morte de um ente querido. Os acontecimentos podem provocar um mal estar psicológico, inquietude, medo, assim como, o aparecimento de sintomas físicos, como: taquicardia, tensão muscular, tremores, etc. Os médicos sabem, faz muito tempo, que existe uma relação entre a ansiedade e as diversas doenças orgânicas. Essa percepção se confirma, através de um trabalho realizado por investigadores do Instituto de Atenção Psiquiátrica do Hospital do Mar de Barcelona, que foi publicado na Revista de Medicina Clinica de 8 de março.
Segundo esse estudo, sofrer de agorafobia ou pânico, que formam parte dos transtornos de ansiedade, se associa com um maior risco de sofrer de enfermidades orgânicas, tais como alergias, cardiopatias, hipertensão e doenças ósteo-musculares.
Os investigadores estudaram 410 pacientes afetados por diferentes transtornos de ansiedades. “O trabalho é especialmente interessante pelo expressivo número de pacientes estudados e por ter sido feito em grupos paralelos”. Disse Salvador Ros, diretor do Instituto Europeu de Neurociências. Nesse sentido, os pacientes foram divididos em três grupos : um grupo de 130 pessoas diagnosticadas com diferentes tipos de transtornos de ansiedade, outro com 150 pessoas, sem antecedentes psiquiátricos e que consultaram por atenção primária e um terceiro grupo de 130 pacientes que procuraram um centro de saúde mental por diferentes doenças psiquiátricas, sem diagnóstico de transtorno de ansiedade.
Comparando o grupo dos pacientes que tinham transtornos de ansiedade com o grupo de pacientes sem enfermidade psiquiátrica, se observou que os primeiros apresentavam o dobro de cefaléias, 6 vezes mais alergias, 3,6 vezes mais doenças articulares, o triplo de enfermidades cardíacas e 2,1 vezes mais hipertensão.
“Já não tem sentido olhar de forma separada as enfermidades psiquiátricas das somáticas”, diz Antoni Bulbena, um dos investigadores.
“Na atualidade existem dados que apóiam a existência de um mecanismo fisiopatológico comum entre os trantornos de ansiedade e as doenças somáticas.”

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